EM BUSCA DO EMPREGO DOS SONHOS E DO SUCESSO PROFISSIONAL

A Folha de São Paulo, em sua edição de hoje traz uma excelente matéria sobre como começar no mercado de trabalho. Para muitos, entrar em uma empresa através de um Programa de Contratação de Trainees é o começo de uma carreira promissora e a matéria traz dicas e as ofertas de vagas disponíveis.

Trainee é o estudante que está no último ano da Graduação ou que acabou de se formar e que passa por um programa de treinamento em uma empresa, sendo remunerado para este aprendizado.

Confira a matéria com o título inicial de DISPUTA PELA LIDERANÇA.

PARA FICAR COM A VAGA
Na seleção, sai na frente quem se identifica com a cultura da empresa e entende como ela funciona e qual é seu papel no mercado.

Competências interpessoais, como boa comunicação e capacidade de trabalhar em equipe, são importantes até o fim do treinamento.

A ansiedade e o desprendimento típicos da geração ligada em tecnologia devem ser contornados. "O desapego pode se tornar falta de comprometimento", diz Montero da Costa.

No programa, o jovem pode atuar em uma só área ou em vários departamentos -para ficar com a vaga, deve aproveitar ao máximo as oportunidades.

Mas, depois do trainee, ele nem sempre é alçado a uma posição gerencial. Em empresas com estruturas de carreira fluidas, não é preciso ter cargo de gestor para ser responsável por projetos.

Perfil é a questão que mais conta pontos - Demonstrar capacidade de se expressar em dinâmicas é quesito mais apreciado do que tirar nota alta na prova

A seleção de trainees é concorrida como um vestibular, mas a preparação para passar é bem diferente. Ser fera em conteúdo (como inglês e raciocínio lógico) ajuda, mas o foco dos recrutadores é a identificação do candidato com a empresa.

"O importante é entender o segmento, a cultura e os valores", afirma Gisleine Camargo, gerente de assessoria em gestão de RH da consultoria KPMG.

Ela indica pesquisar sobre a companhia na internet e conversar com funcionários e ex-funcionários. "No site da empresa, é possível encontrar desde sua história até notícias atuais, como informações para investidores e portfólio de produtos", afirma Ralf Piper, diretor de RH e gestão da Sadia.

"É importante acompanhar o noticiário econômico e o do setor da companhia para ter ideia de quais serão, em curto e médio prazos, seus desafios."

Para conhecer melhor os jovens, até as seleções vêm mudando. Algumas delas incluem desenvolvimento de casos, em que os candidatos devem achar a solução para um problema corporativo fictício.

O objetivo não é descobrir quem tem a resposta correta para a questão, e sim avaliar como tentam resolvê-la.
"Às vezes, as empresas pedem soluções que são impossíveis", conta Fabio Saad, gerente da consultoria Robert Half. "Elas querem avaliar a criatividade, o relacionamento, que ferramentas a pessoa vai usar."

Hora da verdade
O processo seletivo começa com o currículo do estudante, avaliado pelo site ou por telefone. Ele deve ser objetivo e ajudar o selecionador a "esclarecer dúvidas sobre a formação", comenta Pérola Lucente, coordenadora de recrutamento e seleção da consultoria Ricardo Xavier Recursos Humanos.

Depois vêm as provas, com disciplinas como português, inglês e atualidades. Em algumas empresas, elas podem até vir depois da dinâmica.

Então chega a hora de encarar os selecionadores em dinâmicas de grupo, painéis de negócio com desenvolvimento de casos e entrevistas com gestores de recursos humanos ou da área em que o candidato concorre -e até com o presidente.

Para se dar bem, é preciso treinar a capacidade de ouvir e de se expressar, aconselha Gisleine Camargo, da KPMG. "Criatividade e linguagem corporal também serão avaliadas."
Fabio Saad, da Robert Half, diz que é melhor agir naturalmente do que representar um papel. "Entrevistas e dinâmicas giram em torno do perfil. É importante se expor, mostrar pontos de vista e participar da discussão sem ser autoritário."

Nas entrevistas, sua dica é buscar entender o que a empresa planeja para os próximos anos. "Pergunte ao gestor o que o motiva a estar lá, demonstra interesse, causa impacto."

COMPETÊNCIAS
Afiar as habilidades leva trainee à contratação: Gestores contam o que esperam que o jovem desenvolva no programa

Em um ano e meio, Priscilla Bentim, 28, passou por diversas unidades da Nestlé, viveu em três cidades e agora se prepara para embarcar para a Suíça, onde acaba o programa de trainee.

Tantas mudanças exigiram dela flexibilidade e iniciativa, duas das competências desejadas em jovens candidatos ao primeiro cargo de gerência.

"Os trainees devem se dispor a buscar informações sobre como realizar suas atividades", indica Caroline Cobiak, coordenadora de projetos e gestão de jovens profissionais da consultoria Across.
Também é indispensável saber trabalhar em equipe, comunicar-se bem e ter comprometimento e perfil de liderança.

A última característica é a que os jovens têm menos desenvolvida, até porque, em geral, não possuem muita experiência de trabalho. Mas saber se comunicar já é um bom passo nessa direção.

Foi assim que Victoria Bastian, 23, foi escolhida para uma das três vagas do trainee da Henkel, em 2007. "Durante a dinâmica, consegui discutir um projeto, ouvir as pessoas e chegar a um consenso", lembra ela, que foi contratada neste ano.

A ansiedade é o ponto negativo que mais se destaca durante o treinamento. É uma característica considerada natural da chamada geração Y, que cresceu na era da internet.

"É comum jovens falarem que não enxergam chances de crescimento após um mês de empresa", cita Renata Schmidt, gerente da divisão de estágios e trainees do Grupo Foco.

Perfil autêntico
Algumas dessas competências começam a ser observadas já no processo seletivo. Por isso é importante ser autêntico, e não tentar mostrar algo que não é. Até porque macetes de quem quer se enquadrar a qualquer custo estão manjados.

"Dizer que o principal defeito é o perfeccionismo não cola mais", comenta Cobiak. Em vez disso, a dica é admitir algumas falhas e mostrar o que está fazendo para melhorar.

Isso sem tirar o foco dos pontos fortes. "Fraquezas todo mundo tem. O importante é que elas não ofusquem o que você tem de melhor", opina João Dornellas, diretor de recursos humanos da Nestlé.

Allyne Magnoli, 23, hoje gerente júnior na área de marketing da Danone, conta que se destacou na seleção devido a leituras que havia feito sobre saúde e nutrição, tema do caso estudado. "É importante buscar informações sobre a empresa para ver se você se encaixa."

PARA SE DAR BEM

>> Leia revistas, sites especializados, livros técnicos e jornais

>> Faça perguntas durante as entrevistas e mostre interesse pela empresa

>> Seja autêntico

>> Use vestimenta formal

>> Exponha-se: mostre seus pontos de vista e participe de discussões, mas sem ser autoritário

>> Não revele informações sigilosas de empresas nas quais já tenha trabalhado




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