Estão agredindo o meio ambiente em nossa região

por CARLOS ANTONIO PRATA
(advogado jalesense)

Eu não poderia ficar silencioso e me tornar omisso diante de um fenômeno que está agredindo o meio ambiente na Bacia Hidrográfica do São José dos Dourados: são águas dos rios dessa bacia que é formada por 26 municípios, tem uma área de 6.327 Km 2, segundo o Guia do Sistema Paulista de Recursos Hídricos / 2008.
Nessa bacia estão incluídos os municípios de Três Fronteiras, Santa Fé do Sul, Ilha Solteira, Santa Clara D’Oeste, Santana da Ponte Pensa, etc., porém, eu me reporto mais especificamente a alguns afluentes do rio Paraná, como Três Fronteiras, Santa Fé do Sul, Santa Clara D’Oeste, Rubinéia, Aparecida d’ Oeste, Canaã e outros dessa região.
Esses rios foram invadidos por uma planta denominada “ALECRIM”, que está ocasionando, de uma forma geral, verdadeira agressão ao meio ambiente, que poderia ser avaliada através de um analista especializado.
As crianças perderam suas praias devido à invasão do Alecrim; os barcos estão encontrando dificuldades para navegar porque as hélices dos motores ficam presas pela enorme quantidade de alecrim; as comportas da Ilha Solteira, segundo informações, também estão encontrando dificuldades em seu funcionamento, devido o acúmulo dessa planta em suas hélices.
Todos sabemos que a água é um bem de domínio público e é um recurso natural limitado e, com a invasão desse alecrim, se alguma providência não for tomada urgentemente pelos responsáveis do meio ambiente, dentro de pouquíssimos anos estaremos com rios transformados em verdadeiras estradas de alecrim.
Em nossa região, por informação de terceiros existe um Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São José dos Dourados, tendo como presidente o prefeito de Pontalinda, que é um dos órgãos responsáveis pela preservação do meio ambiente e, no mesmo sentido, outros órgãos como a CESP, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a CESP., o Ministério Público das diferentes regiões.
Já perguntei para muitas pessoas, inclusive ligadas à CESP; qual é a origem do Alecrim? de onde veio? Até quando permanecerá em nossas águas? Ninguém me soube responder e eu aleatoriamente consegui informação sobre sua origem: é o resultado da adubação agrícola, principalmente da cana-de-açúcar, que contem nitrogênio, fósforo e potássio, que com as chuvas são levados para os córregos. O nitrogênio e o fósforo são nutrientes próprios para, a proliferação de algas e plantas aquáticas. Todos sabemos que a adubação é alimento para a planta e, não havendo consumo por ela, com as chuvas, esta é levada para os córregos e quando chegam nas águas paradas, que é o caso de nossa região, alimentam muito as plantas aquáticas e algas.
Se esta for a explicação, com a palavra, os especialista na matéria.
A conclusão de um leigo na matéria é que o Alecrim abriu em nossa região em razão do plantio da cana-de-açúcar.

Jornal de Jales, Jales, nº2314, 26 de julho de 2009

Comentários

  1. Atualmente algumas populações de plantas aquáticas estão apresentando explosões populacionais em nossos corpos dágua,principalmente em açudes, córregos e reservatório. Entretanto cabe resaltar que existem populações de plantas aquáticas nativas em nossa região que estão em equilíbrio com o ambiente. Por outro lado, existem populações que aumentaram nos últimos anos, trazendo prejuízo econômico e ambiental. O seu aumento poulacional é reflexo decorrente do processo de uso e ocupação do espaço (agricultura e cidades) e do uso inadequado dos recursos naturais. A transformação do rio em reservatório foi a mudança mais impactante na região noroeste do Estado, uma mudança no fluxo da água, que antes era de água corrente e passa a ser um reservatório (água sem fluxo) com a finalidade de obter energia elétrica (Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira). Essa mudança proporcionou locais adequados a sobrevivência de determinadas espécies de planta aquática, principalmente nas margens dos reservatórios. Determinadas espécies utilizam o subtrato para a sua fixação e um outro fator que favorece o seu crescimento é a entrada de luz na camada de água, favorecida pela transparência da água. O adubo para essas plantas vêm com a chuva que cai em nossa região, através do escoamento superficial que trás uma infinidade de partículas químicas, físicas e biológica que vão parar nos córregos, rios e reservatório. Essas partículas são depositadas no substrato e em seguida utilizada pela comunidade aquática e a consequência é o aumento de determinadas populações e um outro fator é a ausência de predador natural para o seu controle. Neste locais as duas espécies mais observadas são Egeria densa Egeria najas, que na região são denominadas vulgarmente pela população de rabo de gato e alecrim

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