Trabalhadores do Distrito de Irrigação de Jaíba poderão entrar em greve na próxima terça

Os trabalhadores do Distrito de Irrigação de Jaíba (DIJ), em Minas Gerais, poderão entrar em greve a partir da próxima terça (11/8). A mobilização foi aprovada em assembléia realizada ontem (6/8) de manhã pela Seção Sindical Codevasf Montes Claros, que tenta negociar com a empresa o ACT 2009/10, sem sucesso.

De acordo com o presidente da seção sindical, Antenor Ferreira Leite, tanto a gerência quanto o conselho de administração do DIJ têm impossibilitado o avanço da negociação ao fixarem em 4% sua contraproposta de reajuste salarial. Esse índice não contempla sequer a inflação do último ano, medida em 5,53% (de acordo com o IPCA-IBGE). O acordo depende unicamente desta cláusula.

Demonstrando vontade de negociar, os trabalhadores já apresentaram à empresa sua proposta de fechamento de acordo: reajuste salarial de 6% e aceitação de parcelamento do passivo relativo à data-base de 1º de maio em três parcelas. Essa posição já foi apresentada à empresa e, caso não haja uma disposição para negociar, comunicada pela empresa até a próxima segunda (10/8), o SINPAF não terá como evitar a greve.

A Diretoria Nacional apóia a decisão legítima dos trabalhadores, que estão lutando por uma causa justa. Os 4% propostos pelo DIJ não representa sequer a reposição da inflação, portanto, os trabalhadores não podem aceitar um acordo que lhes traga prejuízos. O SINPAF tem conquistado reajustes com ganhos reais em todos os distritos de irrigação e nas demais empresas de sua base filiada, portanto, não há como aceitar tal retrocesso que vem sendo imposto pelo DIJ.

Estrutura de produção do DIJ não justifica proposta de 4%
Os índices de produtividade alcançados pela agricultura irrigada às margens do Rio São Francisco não justificam essa posição dura dos dirigentes do Distrito. De acordo com informações da Fundação Rural Mineira (Ruralminas), mais de 300 produtores de bananas ocupam área superior a dois mil hectares no DIJ, com produção superior a 30 mil toneladas, nas variedades maçã, prata e nanica.

A produção de limão Tahiti, cultivado por 274 produtores, alcança 4 mil toneladas, em área plantada de 462 hectares. Já a manga Haden, cultivada por 110 produtores, numa área de 3.333 hectares, atinge uma produção superior a 570 toneladas. A produção do feijão cor envolve 496 produtores e ocupa área de 988 hectares.

A produção colhida na última safra foi de 2,2 mil toneladas. A cultura do arroz ocupa área de 166 hectares, com 394 agricultores, e na última safra produziu 546 toneladas. O cultivo de algodão envolve 88 produtores, numa área total de 194 hectares, e a safra foi superior a 360 toneladas. O milho ocupa área de 520 hectares e é cultivado por 610 agricultores, que colheram 1,6 mil toneladas. A produção do milho semente também vem crescendo.

Na área do projeto, também são produzidos frutos como abacaxi pérola, açaí, acerola, coco anão, figo, lichia, mamão, manga, maracujá, pimenta do reino, tâmara, tangerina e uva, além de diversas variedades de abóbora, alface, alho, batata doce, beterraba, berinjela, brócolis, cebola, quiabo, repolho e tomate, tanto para uso caseiro quanto para a indústria.

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