Balanço Hídrico, Chuva e Evapotranspiração nos primeiros cinco meses de 2013

O balanço hídrico climatológico (BHC) foi desenvolvido para determinar o regime hídrico de um local, sem necessidade de medidas diretas das condições do solo.  Para sua elaboração, neste caso, foi definido um armazenamento máximo de água no solo, CAD (Capacidade de Água Disponível) de 40 mm, e os dados da chuva total, e também da estimativa da evapotranspiração potencial em cada período foram obtidos no Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira

Com essas três informações básicas, o BHC permitiu deduzir a deficiência ou o excedente hídrico, e o total de água retida no solo no período que abrange de janeiro a maio de 2013:


Pela análise dos gráficos acima, os quais representam o comportamento do armazenamento de água no solo de cada estação agrometeorológica, podemos observar o excedente de água presente em todas as estações em pelo menos dois dos três primeiros meses de 2013, caracterizando o período de chuvas típico da região, fechando a safra 2012/2013.
Os valores de déficit em cada mês por estação estão ilustrados na tabela abaixo:


Após a colheita da safra, a implantação das safrinhas e culturas de inverno está condicionada ao uso de irrigação, pois como podemos visualizar no balanço hídrico das estações, a partir de abril com a redução das chuvas, a deficiência hídrica é cada vez mais agravante.


Nas tabelas é possível observar em cada estação a variação da chuva e da evapotranspiração, fatores que constituem o balanço hídrico. De maneira geral as duas variáveis, apesar da amplitude de variação durantes os meses analisados, quando vistas de forma acumulada se dão com valores semelhantes, o dados que podem melhor ser visualizados através dos gráficos a seguir:

A chuva quando observada de forma acumulada ao longo do ano tem um comportamento semelhante, a não ser Ilha Solteira, que destaca-se das demais em volume de chuvas e Santa Adélia Pioneiros, que em fevereiro teve uma alta precipitação:


 Já na perspectiva mês a mês a chuva pode ser melhor associada aos gráficos de balanço hídrico, como a elevada precipitação em Ilha Solteira em janeiro e sua queda em fevereiro juntamente com Paranapuã, e o grande volume de chuvas na estação Santa Adélia Pioneiros (Sud Menucci):


Do ponto de vista da evapotranspiração acumulada, assim como na chuva, os dados variam de maneira semelhante, formando-se dois grupos ao final de maio, o primeiro com Ilha Solteira, Itapura e Santa Adélia (Pereira Barreto) com uma ETo mais elevada, acima de 600 mm e Bonança (Pereira Barreto), Paranapuã e Santa Adélia Pioneiros no segundo grupo com ETo variando entre 550 mm:


A ETo exposta mensalmente mostra um comportamento semelhante entre as estações, porém neste caso podemos ver mais claramente a diferença entre os valores e sua queda, quase que contínua com o passar dos meses, com exceção de Santa Adélia Pioneiros, que manteve a queda em todos os meses ao longo do ano, todas as demais estações apresentaram uma pequena alta na ETo apenas em março:


A tendência com a chegada do inverno é que as chuvas, já escassas, continuem ausentes e que a evapotranspiração mantenha-se baixa. O manejo da irrigação de uma cultura deve ser feito com base em critérios que possibilitem a aplicação de água no solo, de forma a promover produção ótima, do ponto de vista econômico, em função do tipo de solo e da profundidade efetiva do sistema radicular da cultura. 

A irrigação deve repor, ao solo, a quantidade de água retirada pela cultura e o momento de se irrigar é aquele no qual a disponibilidade de água no solo assume valor mínimo, abaixo do qual a planta começa a sentir os efeitos da restrição de água, o que caracteriza o período de seca que se iniciou em maio. O déficit hídrico, normalmente, é o principal fator responsável por perdas na lavoura. 

Para a agricultura, as informações do balanço hídrico estão relacionadas ao conhecimento do regime hídrico de uma região, da época mais apropriada ao longo do ano para o preparo do solo, semeadura e plantio e a viabilidade de implantação de sistemas de irrigação ou drenagem e definir os períodos de deficiência hídrica em que há necessidade de irrigação suplementar e a identificação dos períodos de excesso, os quais poderão ser aproveitados para o armazenamento superficial da água da chuva.

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