Notícias em 15 de setembro de 2013


Tanto a disponibilidade ou vazão, como a qualidade da água encontrada dependem de como tratamos o solo na bacia hidrográfica, que é a região delimitada por divisores de água, que são os pontos mais altos do terreno. Ausência de conservação do solo, que envolve, por exemplo, terraceamento, cobertura do solo, presença de matas ciliares, causa erosão e com as chuvas, resulta em assoreamento dos córregos e rios, e como isso afeta diretamente a qualidade da água que pode ser classificada em fatores físicos, químicos e biológicos e pode afetar o homem, a cultura de interesse ou os equipamentos de irrigação. Conforme o interesse pelo uso da água, cada elemento assume importância diferente. No caso da irrigação, os principais problemas decorrentes de uma água de má qualidade estão relacionados com a obstrução física de equipamentos, contaminação de alimentos e toxicidade iônica específica, popularmente chamada de “queima” das plantas.
Entre os fatores biológicos os coliformes provenientes de instalações industriais e esgotos urbanos e plantas aquáticas são as principais preocupações para o irrigante. Dentre os fatores físicos, os sólidos em suspensão e areia na água causam principalmente desgaste nos equipamentos. Uma concentração de ferro total na água superior a 0,75 mg/litro é a principal preocupação quando utilizamos sistemas de irrigação localizada, tanto no gotejamento como na microaspersão, sódio é um problema mais comum na regiões semi-áridas e “águas duras” com elevada concentração de cálcio e magnésio podem trazem entupimento de gotejadores. Estes são fatores químicos. Qualidade da água e seus efeitos sobre os sistemas de irrigação é bem abordado no livro de Nakayama e Bucks (1986). UCKER et al (2013) fizeram uma boa revisão sobre os elementos interferentes na qualidade da água para irrigação.
Nas aulas da semana analisamos cada característica acima e como afetam o desempenha dos sistemas de irrigação, os cultivos e o homem. Também vimos as estruturas de filtragem que compõem um cabeçal de controle, um reservatório intermediário ou ainda um canal de decantação. Utilizamos na aula prática um módulo completo de filtragem, composto por filtros hidrociclônico, de areia e de discos ou malhas como elemento filtrante. Também conhecemos os elementos que compõem o bombeamento, ou seja, o crivo, a válvula de pé, o mangote, vacuômetro, registro de gaveta, manômetro, tubulação de PVC e suas conexões e por fim o tubo de subida (com válvula) e o aspersor. Assim, conhecemos qual a função de cada elemento filtrante, a ordem em que devem ser instalados e ainda entendemos e praticamos a limpeza dos filtros de areia, prática chamada de retrolavagem. Em "Atividades Acadêmicas" há Catálogos Técnicos a disposição para o melhor entendimento deste assunto. Também há a aula prática com registro fotográfico e os dados coletados em campo. Na Fan Page da AHI no Facebook também registramos alguns momentos das nossas aulas.

Qualidade da água antes de ser filtrada pelo cabeçal de controle

A estação chuvosa traz a água tão necessária à vida, mas também em muitos locais deixa mais erosão e assoreamento, e uma coisa é certa, se desejamos contar com abundância de água e de qualidade, devemos nos preocupar mais com a conservação do solo, realizando em vários níveis, ações para protegê-lo. Consulte também ANA (2005), AYERS e WESTCOT (1985), CARVALHO et al (2000) e CRUCIANI (1980). Veja a ilustração das fontes difusas de contaminação da água (1), dos aquíferos confinados e das recargas dos mananciais e intrusão salina.

Fazendo a retrolavagem: quais registros abrir ou fechar? 

Nossos últimos artigos sobre o monitoramento da qualidade da água e a vazão em bacias hidrográficas de interesse sócio-econômico no noroeste paulista são: Uso do solo e monitoramento dos recursos hídricos no córrego do Ipê, Ilha Solteira (SP)Qualidade de água na microbacia do Coqueiro no noroeste do Estado de São PauloQualidade da água para uso em Irrigação na Microbacia do Córrego do Cinturão Verde, Município de Ilha SolteiraAnálise dos Riscos à Sistemas de Irrigação causados pela qualidade da água do Córrego do Coqueiro, Influência da precipitação na qualidade da água para fins de irrigação na microbacia do córrego do Ipê em Ilha Solteira e Influência do uso e ocupação do solo na qualidade de água para fins de irrigação no Córrego do Ipê, noroeste do Estado de São PauloConfira esses e outros artigos publicados pela AHI, que monitora microbacias de importância sócio-econômica no noroeste paulista, como a do Cinturão Verde, do Ipê, do Boi, do Três Barras e do Coqueiro. Confira também mais um exemplo de monitoramento da água, neste caso no rio Acaraú, em Ubatuba.

A participação dos alunos nas aulas é sempre o desejo maior de todo professor.

Usamos como exemplo pela busca da água em outras regiões e com isso viabilizar o desenvolvimento de toda uma região - além de mostrar o grau de excelência da engenharia brasileira - o Projeto Olmos no Peru, que além da transposição do Rio Huancabamba, contemplará a irrigação de uma área de 43,5 mil hectares e a construção de duas centrais hidrelétricas destinadas à geração de energia para abastecimento das terras irrigadas. "O túnel que foi construído Olmos talvez seja o espaço mais competitivo do Peru para levar a cabo uma agricultura de excelência. Pode parecer exagerado, mas é um dos poucos lugares no planeta onde, literalmente, pode-se cultivar de tudo”, diz o Engenheiro Agrônomo Fernando Cillóniz. Naquele pedaço de terra, situado nas proximidades da Cordilheira dos Andes, mais precisamente na região de Lambayeque, a 900 km de Lima, o solo é fértil, há incidência solar ao longo de todo o ano e a baixa umidade relativa ajuda a manter a ameaça de pragas distante. A produção de alimentos tem todos os recursos para se tornar o principal motor do desenvolvimento de uma das regiões mais necessitadas do Peru. Na verdade, quase todos. Falta a água. Apesar das condições favoráveis para a agricultura, o Vale do Olmos está situado em uma região desértica, onde não chove mais que 215 mm por ano, em média. O rio mais próximo, o Huancabamba, esbarra na geografia dos Andes, limitando seu curso à vertente Atlântica da cadeia de montanhas, exatamente no lado oposto. O desafio da irrigação em Lambayeque passa pela construção de um túnel de 20 km de extensão e 5,3 m de diâmetro, através da instável geologia dos Andes, por onde se pretende transportar, de uma vertente à outra, mais de 400 milhões de m3 de água por ano. A construção do túnel é uma das mais complexas obras de engenharia em execução no mundo, dadas a sua profundidade, que chega a 2 mil metros abaixo da superfície da montanha, e as características geológicas da Cordilheira dos Andes. A execução desta complexa obra pela Odebrecht repercutiu positivamente na imprensa (1234567 - Banco Mundial) e abriu portas para a execução de outras obras pela empresa. Assista o video sobre o projeto Olmos e o que se espera desta terra no futuro.

Inspecionando a areia do filtro. Esta instalação usada na aula prática conta com os seguintes filtros instalados nesta sequência: hidrociclone, areia (2) e disco.

No Brasil, veja no mapa, como está faltando água e a irrigação é necessária! No noroeste paulista completamos 80 dias sem chuva e o cenário para quem plantou milho em abril ou maio deste ano é o das fotos abaixo, tiradas em 30 de agosto de 2013 em Ilha Solteira. O plantio tardio foi uma aposta de risco e lamentavelmente o agricultor perdeu. Como sempre digo, a irrigação é a solução! Sobre agricultura irrigada, acompanhe informações a partir do canal de conteúdo da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha SolteiraNo US Drought Monitor você acompanha seca nos Estados Unidos! Conheça o sítio do CPTEC - Meteorologia para a Agricultura

Definindo a irrigação e a agricultura irrigada
Há um ano semanalmente falamos no Pod Irrigar - o Pod Cast da agricultura irrigada - sobre a irrigação e áreas correlatas, mas será que todos saberiam definir corretamente o que é irrigação? Na definição clássica, irrigação é a técnica de aplicação artificial de água que se utiliza para repor a água consumida pelas plantas no processo de transpiração das folhas e evaporação do solo, a chamada evapotranspiração. Todavia, uma irrigação não pode e não deve ser entendida, única e exclusivamente, como um procedimento artificial para atender às condições de umidade de solo visando à melhoria da produção agrícola, tanto em quantidade como em qualidade ou oportunidade. Na realidade, ela constitui um conjunto de operações (compondo em si um sistema) necessário ao atendimento das necessidades de água das plantas, bem como eliminar seus excessos, que transcendem à relação solo-água-planta-atmosfera, pura e simplesmente. Agrega-se, aí, o clima, o homem, além de outros campos do conhecimento da humanidade com grande abrangência. A ciência e a arte da irrigação, são abrangentes e interdisciplinares, passando pelo campo das ciências agrárias, das exatas (engenharia hidráulica, civil, elétrica, etc.), sociais (economia, sociologia, política, etc), mas nenhuma delas é mais importante que a outra, pois quando da decisão final quanto ao uso da água, todos esses fatores conjuntamente têm que ser levados em conta. Assim, são tantas as possibilidades que se tem com o uso da irrigação que a definição clássica é simplista demais pelo que ela pode oferecer. Melhor seria definir irrigação como um conjunto de ações e conhecimento eclético que pode levar o produtor a concretizar maiores produtividades e auferir maiores lucros. Bem vindos ao mundo e as possibilidades da agricultura irrigada! Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.

Safra, agricultura irrigada, logística de transporte
Clube da Irrigação é exemplo para elevar produtividade no campo e evitar devastação de secas. Especialista avalia que irrigação com pivôs abrange menos de 7% das áreas, enquanto ideal, para enfrentar estiagem sem susto, seria reservar 30% de cada propriedade com barragens. Se alguém tem o poder de fragilizar o PIB gaúcho, este é São Pedro. Basta que feche as torneiras do céu, como ocorreu severamente nas safras de 2004-2005 e 2011-2012, para que a falta de chuva devaste lavouras e pastagens. De tanto padecer com estiagens cíclicas, os produtores gaúchos se convenceram de que a solução é investir na irrigação. Uma iniciativa exitosa é o Clube da Irrigação, criado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pesquisadores e fabricantes de equipamentos. O coordenador da entidade, João Augusto Telles, destaca que os resultados são animadores. Na lavoura irrigada, a meta de produtividade de milho é chegar a colher 300 sacas por hectare.

Na Estrada do Canal Rural mostra projetos e alternativas para a logística de escoamento de grãos no Brasil, através dos portos do chamado Arco Norte, que vão ser o destino de grande parte da produção das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, equilibrando o escoamento hoje concentrado nos portos de Santos e Paranaguá. O programa também acompanhou a obra da Ferrovia Norte-Sul em Goiás. Pela construção passa a grande esperança dos produtores da região. O ambicioso projeto da ferrovia pode mudar não só o tipo do modal utilizado para o transporte de grãos como também a direção do escoamento. Assista também a série completa do Na Estrada e saiba sobre a logística de transporte de grãos no Brasil.

Clima
"Choque térmico" é o Editorial da FSP que começa assim: "O país tomou conhecimento, nesta semana, do primeiro relatório de avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). O estudo contém previsões sobre os efeitos do aquecimento global no território nacional - sujeitas a muita incerteza, mas ainda assim dignas de nota. Essa compilação de trabalhos científicos prediz que as temperaturas médias no país se elevarão de 3°C a 6°C até o final do século. Os padrões de circulação de ventos e precipitação mudarão, e os modelos de computador indicam que haverá menos chuvas no Norte, no Centro-Oeste e no Nordeste e mais no Sul e no Sudeste. Embora as anomalias de precipitação possam variar, seus efeitos se farão sentir na vazão total das grandes bacias hidrográficas. A do rio São Francisco, por exemplo, poderá ter seu caudal reduzido em 20%, o que anularia boa parte dos benefícios da bilionária obra de transposição. Um dos setores mais vulneráveis a essas transformações, se de fato ocorrerem, é a agropecuária. Culturas como soja, café e feijão veriam sua produtividade regredir. No pior cenário, poderia haver perdas de até R$ 7 bilhões ao ano." Saiba mais... O Relatório resultou em grande repercussão, veja também na FAPESP, no Observatório do Clima, na Época, DW, Exame e National Geografic. O que é o PBMC?

Inovagri Meeting

Negócios - empreendedorismo - decisões
Estudo encomendado por empresas de Goiás defende incentivo fiscal. Falta de infraestrutura e de mão de obra qualificada justifica benefícios, diz FGV. Inconformados com as críticas aos incentivos fiscais de que usufruem, empresários do Estado de Goiás encomendaram estudo que mostra que esses benefícios funcionam como equalizadores da atratividade dos Estados na disputa por investimentos. Contratada para a tarefa, a Fundação Getulio Vargas desenvolveu um indicador que mostra que a maioria dos Estados situados nas regiões Norte, Nordeste e, em menor número, no Centro-Oeste tem menos atratividade devido à pouca infraestrutura logística e mão de obra qualificada. Outro fator que coloca os Estados dessas regiões em desvantagem é o fato de terem um mercado produtor e consumidor mais rarefeito. Tudo isso, segundo o coordenador do estudo, Fernando Blumenschein, reforça a desigualdade.


Excel, sensoriamento remoto e GIS
Planilhas eletrônicas são ferramentas poderosas em todos os campos de atuação profissional. A ferramenta MapCite para Excel®™, foi desenvolvida para os usuários que necessitam espacializar seus dados e informações de forma simples é rápida. Veja a versão gratuita da ferramenta. Veja o vídeo que tem o objetivo de apresentar recursos do plugin MAPCite (free), ferramenta integrada ao Excel, na criação de mapas. O MAPCite trabalha integrado com o o BINGMaps da Microsoft.

Timelapse é um projeto que mostra através de imagens de satélite como diferentes áreas no mundo sofreram mudanças no uso e ocupação da terra. Confira! Veja a região de Ilha Solteira e o "nascimento" do bairro Nova Ilha. Timelapse traz também a história dos satélites e do projeto EROS (Earth Resources Observation Satellites), depois renomeado para Landsat, com o seu primeiro satélite lançado pela NASA em 1972.


Comunicação
E sobre a divulgação de temas técnicos ligados ao meio rural, não deixe de conferir o artigo "A Comunicação adequada". A propósito, a AHI desde 16 de setembro de 2012 passou a usar o Facebook para divulgação das suas atividades de ensino, pesquisa e extensão como parte do nosso projeto de Extensão Universitária que visa a transparência e democratização do conhecimento e da informação e as redes sociais tem sido utilizadas intensamente para diferentes propósitos e o Jornalista Marcelo Tas publicou na FSP o artigo "O Facebook e a máquina de escrever", onde analisa que "... a mídia antiga foi empurrada para a revolução digital. É hora de nos desapegarmos de falsos dilemas e reinventarmos o jornalismo...". Vale a pena ler e refletir sobre o tema.

Entretenimento
Tavito é o nome artístico de Luís Otávio de Melo Carvalho, mineiro de Belo Horizonte, nascido em 26 de janeiro de 1948, é um músico e compositor brasileiro. Algumas canções compostas por Tavito tornaram-se grandes sucessos, como "Rua Ramalhete" (1, 2) e "Casa no Campo" (com Zé Rodrix, cuja parceria foi muito além da música). Tavito ganhou seu primeiro violão aos 13 anos. Autodidata, começou a participar de serenatas e festas. Foi companheiro de geração de Milton Nascimento e de outros músicos mineiros, tais como Toninho Horta, Tavinho Moura e Nelson Angelo. Em 1965 conheceu Vinícius de Morais, que apreciou o estilo de Tavito e o convidou a participar de suas apresentações na capital mineira. Mais tarde, participou do conjunto Som Imaginário e no final da década de 1970 seguiu carreira solo. Produziu discos de alguns artistas (Marcos Valle, Renato Teixeira, Selma Reis e Sá e Guarabyra). Ficou sem realizar espetáculos entre 1992 e 2004, época em que se dedicou às composições, aos arranjos e à publicidade. Atualmente, Tavito está na ativa em várias frentes de trabalho e tem na Internet (Facebook 1, 2 e 3) uma forte base para a divulgação de seus trabalhos e o Som Imaginário está na estrada novamente. Quem não conhece Tavito, confira a entrevista no Programa do Jô, no Entrevista Record e no Baú Objetos e Memórias. Minha opção é sempre pelo original e em Rua Ramalhete, a guitarra, o baixo e os metais estão em perfeita harmonia. Mas tem com o Paulinho Moska, com Jerry Adriano. Tire as suas conclusões. Mas conheça também "Está na pele", "Embora", Tavito e Paulinho Moska, "Sábado",  a lista que começa por "Cowboy" e "Feira Moderna" para lembrar o Som Imaginário onde Tavito toca o violão de 12 cordas.

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