IBGE: Agricultura irrigada em 4,45 milhões de hectares


Divulgado em 30 de setembro pelo IBGE o Censo Agropecuário 2006 que revela o retrato do Brasil agrário, revelando que a concentração na distribuição de terras permaneceu praticamente inalterada nos últimos vinte anos, embora tenha diminuído em 2.360 municípios. As informações foram coletadas em todos os municípios do país.

Nos Censos Agropecuários de 1985, 1995 e 2006, os estabelecimentos com mais de 1.000 hectares ocupavam 43% da área total de estabelecimentos agropecuários no país, enquanto aqueles com menos de 10 hectares ocupavam, apenas, 2,7% da área total. Focalizando-se o número total de estabelecimentos, cerca de 47% tinham menos de 10 hectares, enquanto aqueles com mais de 1.000 hectares representavam em torno de 1% do total, nos censos analisados.

Em 2006, os cerca de 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários do país ocupavam 36,75% do território nacional e tinham como atividade mais comum a criação de bovinos. A área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros diminuiu em 23,7 milhões de hectares (-6,69%), em relação ao Censo Agropecuário 1995, uma possível causa foi a criação de novas Unidades de Conservação Ambiental (crescimento de 19,09% de área) e demarcação de terras indígenas (crescimento de 128,2%), totalizando mais de 60 milhões de hectares.

Entre 1995 e 2006, os estabelecimentos agropecuários registraram redução de suas áreas de florestas (-11%) e de pastagens naturais (-26,6%), e aumento nas áreas de pastagens plantadas de 1,7 milhão de hectares (1,8%), sobretudo na região Norte (39,7%), enquanto aquelas dedicadas à agricultura cresceram 19,4%, sendo que o maior aumento ocorreu no Centro-Oeste (63,9%).

Eis os números do IBGE em relação à nossa agricultura irrigada e quanto ao uso de irrigação, 6,3% dos estabelecimentos declararam utilizar esta técnica, acusando um aumento de 39% no número de estabelecimentos agropecuários praticantes, em relação ao Censo anterior, apontando um aumento de 1,3 milhão de hectares (42%).

A área irrigada compreendia em 2006 era de 4,45 milhões de hectares (7,4% da área total em lavouras temporárias e permanentes), com a seguinte distribuição:
24% da área irrigada no método de inundação,
5,7% por sulcos,
18% sob pivô central,
35% em outros métodos de aspersão,
7,3% com métodos localizados e
8,3% com outros métodos ou molhação.

Minas Gerais era o Estado com maior número de estabelecimentos (48,39 mil) utilizando alguma técnica de irrigação, enquanto o Amapá aparecia em último, com 251 estabelecimentos.

O Estado de São Paulo contava com 27.862 propriedades com sistemas que irrigavam 770.011 hectares (em média 27,6 hectares irrigados por propriedade), com os seguintes sistemas:
Inundação: 10.262 hectares em 474 propriedades
Sulcos: 8.871 hectares em 800 propriedades
Pivô central: 194.238 hectares em 741 propriedades
Aspersão: 409.020 hectares em 14.395 propriedades
Localizada: 71.418 hectares em 5.055 propriedades
Outras irrigações: 76.196 hectares em 7.281 propriedades

Quanto à fonte da água, 74,8% declararam utilizar fontes do próprio estabelecimento (69,5% da área total irrigada); 15,5% declararam utilizar fontes de fora do estabelecimento bombeada com equipamento próprio (28,4% da área) e 7,1% obtida de terceiros através de projetos particulares ou comunitários de irrigação (6,3% da área).

Com um aumento anual de apenas 130 mil hectares da área irrigada e considerando um potencial de terras aptas à irrigação de 30 milhões de hectares, e mantido este ritmo de crescimento, levaríamos apenas 196 anos para esgotar nossas potencialidades.

Aos alunos e stakeholders da irrigação e agricultura irrigada: considerando que garantimos produtividades elevadas, irrigação é considerada uma das ações mitigadoras ao aquecimento global, tem ação agregadora da economia, entre outras, BEM VINDOS à um mundo de oportunidades!

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