Temperaturas amenas em junho, sem chuvas e com colheita de feijão


Pod Irrigar - Temperaturas amenas e falta de chuva marcam o junho de 2017
O mês de junho se foi e com ele a percepção de que tivemos um mês mais frio que o normal, ou o que esperávamos. Natural isso, em uma região quente como o é o Noroeste Paulista, de grande aptidão para uma agricultura irrigada de alto nível, mas detentora das maiores taxas de evapotranspiração do Estado de São Paulo e com irregularidades das chuvas, apresenta tradicionalmente 8 meses de déficit hídrico e seria temerário fazer agricultura sem se alicerçar nos sistemas de irrigação.


Mas nós que trabalhamos com a agropecuária, nos preocupamos com a relação entre as chuvas e a evapotranspiração e assim determinar quando irrigar e com qual quantidade de água para conseguirmos a maior produção com menor custo é fundamental, e assim, estamos neste junho de 2017 com 2,5 mm de média de evapotranspiração de referência, exatamente igual a média histórica do Noroeste Paulista, mas uma pouco acima dos 2,3 mm/dia registrados em junho de 2016, muito influenciada pelos 39 dias sem chuva maiores que 10 mm na região, e de fato, a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, operada pela UNESP, aponta para apenas 5,6 mm de média de chuva neste mês. No mesmo período de 2016 foram registrados 58 mm, muito próximos dos 60 mm historicamente esperados.


E assim, o que temos hoje na região é a situação em que as chuvas de abril e maio favoreceram quem se arriscou e plantou feijão na primeira quinzena de abril e a colheita neste momento aos 72-75 dias está acontecendo com produtividades consideradas satisfatórias, enquanto plantios tardios, exigem que os sistemas de irrigação operem a plena carga.

 Feijão de sequeiro sendo colhido em junho de 2017. Fotos: Carlos Missiaglia.


O importante é destacar que os investimentos em sistemas de irrigação são necessários quando há o registro e análise histórica de déficit hídricos, mas o balanço hídrico só é possível ser realizado quando há dados de chuva e evapotranspiração disponíveis e assim, a UNESP Ilha Solteira cumpre um papel muito importante perante a sociedade, que é o de fazer o monitoramento climático do Noroeste Paulista e permitir que profissionais de diferentes formações se apropriem gratuitamente dos dados registrados e divulgados para fazer uma região ainda melhor.


E por falar nisso, o Engenheiro Agrícola Alberto Avilez acaba de concluir um estudo que mostra que do ponto de vista econômico a melhor época de plantio de feijão na região é exatamente a primeira quinzena de abril!
Bingo! Se seguir a tradição e chover, mantenham os equipamentos de irrigação desligados, mas se for um ano atípico, é só ligá-lo e garantir a segurança hídrica que levará à altas produtividades!


Este foi o tema do [Pod Irrigar] em 9 de junho de 2017, e o Internauta também pode ouvir as outras dicas que estão disponíveis semanalmente a partir de http://podcast.unesp.br/podirrigar.


Inovagri Meeting - CONIRD - Simpósio Brasileiro de Salinidade
Foi oportuna a decisão da Comissão Organizadora do Inovagri Meeting, CONIRD e Simpósio de Salinidade de adiar a entrega dos artigos completos para o dia 14 de julho. Avaliamos oportuna porque sabemos que não está sendo nada fácil coordenar as atividades destes eventos, em uma otimização de recursos nunca acontecida no Brasil. Decisão que merece também elogios!
Um balanço prévio mostra a excelente representação dos Estados brasileiros liderados pelo Ceará, seguido pelo Rio Grande do Norte.


Quando olhamos para as instituições, entre os 453 artigos completos recebidos, a liderança fica com a Universidade Federal do Ceará e a Universidade Federal do Semi-Árido. Nossa UNESP estará presente com até o momento 5% dos trabalhos enviados e vem daí acharmos também oportuna a prorrogação do prazo de envio. Estamos em final de semestre, e assim, poderemos com a prorrogação melhorar a qualidade e ampliar o número de trabalhos a ser enviados. Aqui mesmo, da UNESP Ilha Solteira, submeteremos mais 5 artigos e assim, poderemos nos fazer presentes de forma mais efetiva.
Muito obrigado Comissão Organizadora por esta decisão! Estaremos juntos com vocês em Fortaleza entre os dias 2 e 5 de outubro de 2017.   

Planejamento
Acima fizemos uma análise climática de nossa região - o Noroeste Paulista -, mas será que estamos nos preparando adequadamente para os desafios impostos pelas mudanças do tempo? O brasileiro e Diretor Geral da FAO, José Graziano da Silva em entrevista fala sobre a preparação dos agricultores, como chave para afrontar a seca


Ramo da Terra em ação na FIIB


Parabéns por mais esta iniciativa. É fundamental a sociedade saber que nossos futuros profissionais estão antenados com o que acontece de mais moderno na nossa agropecuária, o que inclui sem dúvida alguma os sistemas de irrigação.

Entretenimento
Quem nos acompanha em nossos textos, fotos, opiniões, áudios, nos diferentes canais de comunicação que utilizo, sabe que aprecio e valorizo o passado, ou melhor, a história. Sim, conhecer a história é a melhor ferramenta para alicerçar decisões corretas no presente que garantirá um bom futuro. E assim, fica a dica aqui para conhecer o Memorial dos Municípios.
Logo na abertura o Jornalista / Memorialista José Luiz Moraes avisa: "Preservar o passado é tarefa de todos nós" e acrescenta que “A destruição do passado - ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das grandes gerações passadas - é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca, no início deste milênio.”

Um verdadeiro acervo fotográfico e da história das cidades do interior do Estado de São Paulo, dividido por região, onde o Internauta tem a oportunidade de conhecer a história dos municípios paulistas. Minha Junqueirópolis, onde nasci, está lá. Começa assim a sua história: "Apesar de a lavoura cafeeira estar em crescente fase de expansão, em busca de terras agricultáveis ao Oeste do Estado de São Paulo, no início do século XX, uma deficiência de conhecimento varria os órgãos oficiais com relação ao que chamavam de Sertão Paulista. Entendendo por sertão, todas as terras localizadas a oeste das últimas habitações feitas por pioneiros em direção ao Estado do Mato Grosso, o povoamento do que já denominavam de interior se restringia a recém-formados patrimônios e cidades que serviam de entrepostos para a promoção do desbravamento das terras nativas em direção às barrancas do rio Paraná. Tendo estas cidades como referência inúmeras expedições, sejam de caráter particular ou do governo, foram organizadas para reconhecerem os principais cursos d´água do Estado e consequentemente verificar outros quesitos que constituíam o extremo Oeste."

Mas a Admirável Ilha Solteira que nos acolheu com tanto carinho, também está no Acervo e a sua origem é contada assim: "A cidade de Ilha Solteira começou a receber seus primeiros moradores, no dia 15 de outubro de 1968, surgindo em razão do enorme contingente de mão de obra necessária a construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira. Em reunião realizada no dia 09 de outubro de 1968 a Diretoria da CESP - Centrais Elétricas de São Paulo S/A, criou uma administração especial para Ilha Solteira, à AEIS, a quem caberia planejar, coordenar, executar, controlar e avaliar as atividades necessárias à implantação e administração da cidade, de acordo com as diretrizes da Diretoria da CESP. Em 03 de fevereiro de 1969, o então Governador Dr. Abreu Sodré, oficializou a decisão da Diretoria da CESP, assinando o Decreto Lei Estadual nº. 51352, com base na Lei Orgânica dos Municípios, instituindo o regime de administração especial para a cidade. Em 17 de fevereiro de 1970, através da Lei Municipal nº. 812, o município de Pereira Barreto, celebra convênio, que delega a AEIS, o exercício das atribuições constantes dos artigos três e quatro da Lei Orgânica Municipal, dentro da área de propriedade da CESP, e estabelece ainda os procedimentos relativos à tributação, retorno do ICMS, cobrança de taxas e serviços, plano urbano, normas de edificação, expedição de atos e alvarás. O planejamento urbano e sua estrutura física ficaram a cargo do escritório técnico Carvalho Monge E Ariak Kato. Construída pela CESP, a cidade foi resultado de um planejamento urbano e manteve seu traçado pouco modificado, enquanto permaneceu sob a administração da referida empresa. Em outubro de 1970, a nomenclatura das vias e logradouros da cidade foi estabelecida de acordo com o mapa do Brasil, onde cada alameda corresponde ao nome de um Estado, e cada quadra, chamada de “Passeio”, recebeu o nome de uma cidade do Estado à que se refere à alameda. Em 30 de dezembro de 1971, a sede do Distrito de Bela Floresta, foi transferida para Ilha Solteira, pois desde 1968, o núcleo urbano pertencia ao Aglomerado Rural de Bela Floresta, localizado no município de Pereira Barreto."

Parabéns pela iniciativa e boas lembranças a todos!

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